04/10/2010

Mensagem do Superior Geral, Pe. Sergio Geremia



Pe. Sergio Geremia
Queridos coirmãos,
Envio esta mensagem para lembrá-los de duas celebrações do mundo marítimo.
A primeira é a da proclamação de “2010, Ano do Marinheiro” pelo Organismo Marítimo Internacional (OMI).
A segunda é a da celebração do 90º Aniversário da Fundação do Apostolado do Mar, ocorrida em Glasgow no dia 4 de outubro de 1920, por alguns leigos que queriam dar uma resposta à situação de abandono em que se encontravam os marinheiros católicos daquela época.
Nesse âmbito, devemos inserir também o compromisso de nosso Fundador, que queria a presença de Scalabrinianos em portos e barcos que faziam o trajeto entre o Velho e o Novo Mundo, transportando milhares de emigrantes em busca de um futuro melhor.
Embora o foco dos primeiros Scalabrinianos estivesse voltado, sobretudo, à proteção e assistência dos emigrantes, não se pode excluir que também fosse dirigida à tripulação dos navios.
Este compromisso da Congregação no mundo do mar continuou, depois, com o serviço de capelães de bordo em navios de cruzeiro, especialmente nos EUA; na Itália com a Direção Nacional dos Capelães de Bordo; e a entrada no Apostolado do Mar de Buenos Aires, Cidade do Cabo, Kaohsiung, Manila, Montevidéu, Ravenna, Rio de Janeiro, Rio Grande e Santos e, mais recentemente, “a Direção do Setor do Apostolatus Maris do Pontifício Conselho para os Migrantes e Itinerantes”.
Atualmente, há de cerca de 1,5 milhão de marítimos que vivem e trabalham em condições, muitas vezes, difíceis. Por razões de segurança, de fato, em muitos portos a liberdade de movimento deles é limitada, ao passo que, enquanto navegam, correm vários riscos: perigos naturais, sequestros pelos piratas e pouca proteção jurídica em caso de acidentes ou desastres ecológicos.
Nos últimos anos, a globalização revolucionou a indústria marítima, a tecnologia desenvolveu navios cada vez maiores e mais velozes, a mecanização dos portos aumentou a velocidade de carga e descarga de mercadorias e a tripulação se tornou internacional. Os portos chegam a ser uma encruzilhada de humanidade constituída por marinheiros em busca de respostas às necessidades espirituais e materiais a curto prazo, impostas pelo ritmo de trabalho cada vez mais desgastante. Os navios (especialmente os cruzeiros), com suas equipes internacionais, tornaram-se um microcosmo de humanidade onde se invoca Deus numa Babel de línguas. As famílias, nos países de origem, precisam ser apoiadas e incentivadas durante os longos meses de ausência do marinheiro.
Os centros “Stella Maris”, espalhados pelo mundo todo, são um porto seguro, onde obter ajuda e refúgio, especialmente quando os direitos humanos e trabalhistas fundamentais são violados.
Este ano especial, em que somos convidados pela Igreja e pela sociedade civil a dar atenção aos marinheiros e pescadores, poderia se tornar uma oportunidade para iniciar um projeto em prol da gente do mar.
Neste sentido, a Direção Geral, por meio do Secretariado Geral de Setores Específicos e Leigos, convocou os Scalabrinianos que trabalham no apostolado do mar, “para que este setor seja constituído como um grupo específico para reforçar o trabalho em rede” (XIII CG, nº 74 $ 6 a). Portanto, quero convidar cada Província a alargar os horizontes do empenho pastoral até incluir também “o mar”, para redescobrir esta dimensão do nosso carisma, para abrir fronteiras novas à nossa missionariedade, também na dimensão ecumênica e inter-religiosa, para oferecer diferentes espaços de trabalho aos missionários e jovens religiosos em formação e, finalmente, para dar largas às tantas capacidades e qualidades dos cada vez mais numerosos Leigos Scalabrinianos que pedem para se tornarem parceiros em nossa missão.
Peçamos a Maria, Estrela do Mar, para que ilumine e guie nossa caminhada de fidelidade ao nosso carisma a serviço dos migrantes, refugiados e marítimos e suas famílias.
Pe. Sérgio Geremia e Conselho Geral.

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