14/10/2010


Scalabrinianos comprometem-se com trabalhadores internacionais dos sete mares
Dentro das celebrações dos 90 anos de fundação da Obra do Apostolado do Mar (integrada no Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes) e do Ano Internacional do Marítimo foi realizado, com o apoio da Scalabrini International Migration Network (SIMN), de 6 a 10 de outubro, na “cidade-mar” de Santos, litoral de São Paulo, no Brasil, o I Encontro dos Missionários implicados na “missão” entre Marítimos, Navegantes e Pescadores.
O encontro contou com a presença de Pe. Bruno Ciceri, responsável do Setor Apostolado do Mar no Conselho Pontífico para os Migrantes e Itinerantes, e D. Jacyr Francisco Braido, bispo de Santos, sinais evidentes da ação dos scalabrinianos em comunhão com a Igreja universal e local, e Padre Alfredo José Gonçalves, Superior Provincial da Província São Paulo.
Durante o encontro, religiosos e leigos - funcionários e voluntários – scalabrinianos refletiram sobre a necessidade de “retornar às origens do carisma” da Congregação que, desde 1887 conta com capelães de bordo e nos portos, como acontece em Santos y Guarujá, atualmente o maior porto da América latina. O mar de ontem, rasgado por navios a vapor apinhados de migrantes europeus rumo ao Novo mundo, é hoje lugar de trabalho para milhares de operários da marinha mercante e dos cruzeiros turisticos, sem contar com os milhões de pescadores que vivem do mar. O encontro que recebeu representantes de entidades relacionadas ao ambiente marítimo (alfândega, autoridades portuárias, Governamentais, sindicatos, ITF e ICMA) serviu para trocar informações, experiências e boas práticas pastorais e sociais sobre o Apostolado do Mar desenvolvido em parceria com organizações religiosas (luteranos, batistas, entre outros), organizações governamentais e cívicas pelos scalabrinianos nos 10 portos nos cinco continentes.
Como principal resolução do encontro foi criação da Rede Scalabriniana do Apostolado do Mar com o objetivo de sistematizar, articular e integrar o trabalho com marítimos, pescadores e familiares desenvolvido nos portos de Ravenna (Itália), Kaoshiung (Taiwan), Cape Town e Saldana Bay (África do Sul), Montevídeo (Uruguai), Buenos Aires (Argentina), Rio Grande, Rio de Janeiro e Santos (Brasil) e Manila (Filipinas).
Padre Paulo Prigol, Capelão e Diretor do Centro Stella Maris em Manila, eleito representante da recém-criada Rede Scalabriniana do Apostolado do Mar junto à Direção Geral da Congregação, destaca os principais desafios que motivaram a criação da rede: “Mesmo trabalhando em realidades diferentes, nos cinco continentes, enfrentamos desafios comuns, pois, via de regra, estamos lidando com os marítimos que saem de determinada origem, das Filipinas - os filipinos constituem o maior contingente de trabalhadores marítimos no mundo - mas que chegam aos portos de Argentina, Uruguai ou Brasil. Ou, em outros casos, em diferentes países, nos defrontamos com os mesmos problemas trabalhistas ou questões relacionadas às famílias que ficam em terra. E há ainda dificuldades comuns enfrentadas pelos capelães no exercício do seu ministério ou pelos leigos que trabalham conosco. Então, é a partir desse contexto que entendemos ser importante a criação de uma rede para que possamos unir esforços, otimizar recursos humanos, técnicos e financeiros, a fim de que nossa resposta como Congregação a esta obra de evangelização seja, de fato, mais adequada à desafiante realidade dos trabalhadores do mar”.
Rui Pedro, conselheiro geral da Congregação, responsável pela organização do encontro, faz uma avaliação geral dos trabalhos: “Nossa avaliação é muito positiva, pois a primeira leitura que fazemos desta realidade é que os marítimos, pescadores e suas famílias apreciam a presença da Igreja em seus ambientes. Não podemos esquecer que estamos falando de um contingente de 1,400 milhões de marítimos e de cerca de 30 milhões de pescadores. Mas disso decorre uma série de conseqüências para as quais devemos nos preparar ainda mais e melhor. Por exemplo, temos de melhorar a infraestrutura em alguns de nossos centros de atendimento aos marítimos, pois a demanda está sempre crescendo. O Stella Maris de Santos, orientado pelo P. Samuel Fonseca, acolhe 80 a 100 marítimos por dia! De modo especial nos preocupa a crescente privatização dos portos, pois, em alguns casos, isso implica em restrição a nossa presença para visitar os barcos dentro dos terminais e plataformas. É fato porém que, como religiosos, nossa missão específica de evangelização se cruza com o aspecto social e humano desses trabalhadores. Por isso, não podemos ignorar – e este é um compromisso enquanto Congregação Scalabriniana fiel aos princípios inspiradores do Apostolado d Mar – todos os aspectos que envolvem a vida dos trabalhadores do mar: questões legais, condições de trabalho, saúde física e psicológica, mas igualmente, as questões afetivas, a ausência de casa e relacionamento com seus familiares, ainda oferecendo nossa assistência religiosa para aqueles que são católicos, evangelizando sem proselitismo e respeitando todas as religiões a bordo e em terra”.
O secretario regional nas Américas da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF), Antonio Rodriguez Fritz, esteve no encontro, falando sobre a realidade dos trabalhadores do mar e pedindo o apoio dos missionários para campanhas em curso em nível mundial: “Estamos fazendo um grande esforço junto aos governos, aos organismos internacionais e às empresas para que sejam implementadas medidas mais efetivas contra a pirataria em alto mar que afeta diretamente a segurança, as condições de trabalho e a vida dos trabalhadores. Em alguns casos, essas ações estão nas mãos de grupos muito bem organizados e se tornaram uma verdadeira indústria, por isso, o combate à pirataria no mar precisa ser um esforço coletivo. E a ajuda de vocês, enquanto Congregação e da Igreja que também dá assistência a esses trabalhadores será fundamental para nós”.
Participaram também do encontro Pe. Benjamin Rossi, com vista ao resgate histórico da presença ainda muito desconhecida, mas determinante, da ação profética do Fundador, bem-aventurado João B. Scalabrini e seus missionários, na defesa intransigente dos direitos humanos nos portos de partida e de chegada. Pe. Leonir Chiarello, diretor executivo da ONG Scalabrini International Migration Network, apresentando os princípios, metodologia e dimensões do trabalho em rede em nível da representação, desenvolvimento e foundraising. Pe. Bruno Ciceri, atual responsável mundial da Obra do Apostolado do Mar, da Santa Sé, apresentou o ensinamento da Igreja e as orientações pastorais para o Setor, afirmando a “necessidade de uma reestruturação global do setor e favorecimento de trabalho em rede, sistematizando os dados das centenas de Centros “Stella Maris” nos sete mares do mundo, com vista à descrição concreta e sempre atualizada do conhecimento e ação da Igreja no mundo do trabalho no mar. Nos navios que garantem o comércio mundial trabalham milhares de trabalhadores, na sua maioria migrantes internacionais, sobretudo homens e provenientes da asiáticos Ásia, sendo os filipinos 30% do total”.
No encontro foi aprovado um plano de trabalho para 2011-2015 que contempla, dentre outros projetos, a criação de um banco de dados para coletar e compartilhar informações, campanhas de prevenção de VIH-Aids e outras DSTs junto aos marítimos, programas de formação contínua para capelães e voluntários leigos e projetos para auto-sustentação financeira dos Centros Stella Maris administrado pelos scalabrinianos religiosos e leigos e o estudo da assunção de outros portos, como o caso dos portos de Haiti e Jacarta.
O próximo encontro da Rede Scalabriniana do Apostolado do Mar está previsto para agosto de 2011, em Hamburgo, na Alemanha.
HISTÓRICO - A Obra do Apostolado do Mar foi criada em 1899, em Glasgow, na Escócia. Ligado, inicialmente, à Companhia de Jesus junto ao Apostolado da Oração, o trabalho com os marítimos foi interrompido durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Após a Guerra, o trabalho foi reiniciado, e em 1920 a organização obteve a bênção da Santa Sé, permitindo que a organização se desenvolvesse e consolidasse o trabalho pastoral pelos cinco continentes, até que em 1957, obteve reconhecimento pontifício e a sede da organização foi transferida de Londres para Roma. Em 1970, o Apostolado do Mar foi incorporado à recém-formada Comissão Pontifícia para a Assistência Espiritual dos Migrantes e Itinerantes, que veio, posteriormente, a se tornar o atual Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes.
O principal objetivo do Apostolado do Mar é oferecer o cuidado pastoral e humano a todos os trabalhadores marítimos e pescadores assim como às suas famílias, dependentes e comunidades associadas. O Apostolado do Mar oferece meios práticos para ajudar esses trabalhadores, através das casas de acolhida, conhecidas mundialmente como Stella Maris (ou Seamen’s Center), onde são oferecidos uma série de serviços: hospedagem, transporte, telefonia, internet, sala de jogos e de recreação, bibliotecas, visitas aos navios, apoio a doentes, além do atendimento humano e espiritual com celebrações, confissões ou aconselhamentos para os marítimos católicos, e ainda um lugar para culto de outras confissões. Alguns Centros, como o de Santos, desenvolvem esse atendimento em conjunto com outras confissões religiosas, pois o trabalho pastoral é feito a qualquer marítimo, independente de raça, cultura, nacionalidade ou credo.
Mais informações sobre a Rede Scalabriniana do Apostolado do Mar: www.simn-cs.net
Brasil, Santos: 12 outubro 2010

---------------------
Pe. Rui Pedro, Conselheiro Geral, faz uma avaliação geral do Encontro

06/10/2010


D. Jacyr Braido,CS
I CONGRESSO MUNDIAL DOS MISSIONÁRIOS SCALABRINIANOS DO APOSTOLADO DO MAR
MENSAGEM AOS PARTICIPANTES
D. Jacyr Francisco Braido,CS
Santos, São Paulo, Brasil, 6 de outubro de 2010
Queridos irmãos em Cristo,
É para mim uma grande alegria acolher a todos vocês no I Congresso Mundial dos Missionários Scalabrinianos do Apostolado do Mar que acontece, oportunamente, na minha querida Diocese de Santos, inclusive, marcada pe-la visita do Fundador da Congregação Scalabriniana, Bem-aventurado D. João Batista Scalabrini, quando aqui chegou no Porto de Santos, no dia 9 de julho de 1904 (indo dia 10 para São Paulo), em visita aos Missionários que aqui já estavam desenvolvendo seu ministério junto aos migrantes. Também os mis-sionários que vinham para o Brasil - e tantos imigrantes - tinham o Porto de Santos como porta de entrada para uma vida nova no país.
Como vocês sabem, aqui em Santos vivemos cotidianamente bem de perto a realidade do Apostolado do Mar em toda as suas nuances, pois aqui temos o maior Porto da América Latina: todos os das milhares de trabalhadores do mar aqui chegam, depois de longas viagens, ficam apenas algumas horas e, premidos pela urgência do 'mercado' que não para nunca, logo se vêem obri-gados a partir rumo a novos mares.
Para muitos, em todas as cidades de qualquer canto do planeta, esses trabalhadores do mar são meros números nas estatísticas econômicas. E não lhes é dado o direito de terem um rosto, uma identidade, uma história de vida com suas necessidades, desejos, sonhos, medos, alegrias e conquistas. E não lhes é dado o direito de terem uma vida que envolve seus ente queridos, ami-gos, vizinhos que, todos os dias, sempre ficam mais distantes no horizonte, à espera da volta que custa muito a chegar. São meses e meses longe de casa, longe do aconchego da família ou da experiência confortadora de estrar ‘entre os seus’, falando a mesma língua, partilhando os mesmos valores e ideais.
E o que dizer dos pescadores que também enfrentam toda sorte de ad-versidades e inseguranças no trabalho em alto mar? Ou, quando vêem sua profissão, sua fonte de vida , sua cultura, sua identidade continuamente amea-çada pelos caprichos de um modelo econômico que privilegia sempre o lucro e nunca a pessoa?
Diante disso é que se justifica a importância e a necessidade de, en-quanto Missionários Scalabrinianos, voltarmos ao sonho de Scalabrini: estar sempre a caminho, lado a lado com o itinerante, com o sem-parada, com aque-les que não podem sempre ter o conforto de um ‘porto seguro’. Por isso, como Missionários Scalabrinianos, urge diante de nós o desafio de sermos esse ‘por-to seguro’ para nossos irmãos trabalhadores do mar, nas atuais circunstâncias de nossa história.
Eis o sonho: enquanto discípulos missionários do Mestre itinerante Je-sus sermos, em todos os continentes, casa de acolhida, Igreja Samaritana que acolhe, conforta, serve a todos.
Eis o desafio: voltarmos às origens do nosso Carisma, reencantarmo-nos com a intuição de Scalabrini para nos colocarmos a serviço de todos os migrantes e, de modo especial, desta porção da humanidade que nos revela de modo dramático uma parte do rosto desprotegido de Deus.
O que devemos fazer?
“Ide! Ide! A Providência, que vigia, com ternura de mãe sobre as obras que ela iniciou, resolverá, ela mesma o árduo problema. Procurai somente se-guir seus amorosos conselhos. Fazei com que todos experimentem como o Senhor é suave” (João Batista Scalabrini, Discurso aos Missionários que parti-am, 12/7/1888).
D. Jacyr Francisco Braido, CS, Bispo Diocesano de Santos, Promotor do Apostolado do Mar/CNBB.
 

04/10/2010

Mensagem do Superior Geral, Pe. Sergio Geremia



Pe. Sergio Geremia
Queridos coirmãos,
Envio esta mensagem para lembrá-los de duas celebrações do mundo marítimo.
A primeira é a da proclamação de “2010, Ano do Marinheiro” pelo Organismo Marítimo Internacional (OMI).
A segunda é a da celebração do 90º Aniversário da Fundação do Apostolado do Mar, ocorrida em Glasgow no dia 4 de outubro de 1920, por alguns leigos que queriam dar uma resposta à situação de abandono em que se encontravam os marinheiros católicos daquela época.
Nesse âmbito, devemos inserir também o compromisso de nosso Fundador, que queria a presença de Scalabrinianos em portos e barcos que faziam o trajeto entre o Velho e o Novo Mundo, transportando milhares de emigrantes em busca de um futuro melhor.
Embora o foco dos primeiros Scalabrinianos estivesse voltado, sobretudo, à proteção e assistência dos emigrantes, não se pode excluir que também fosse dirigida à tripulação dos navios.
Este compromisso da Congregação no mundo do mar continuou, depois, com o serviço de capelães de bordo em navios de cruzeiro, especialmente nos EUA; na Itália com a Direção Nacional dos Capelães de Bordo; e a entrada no Apostolado do Mar de Buenos Aires, Cidade do Cabo, Kaohsiung, Manila, Montevidéu, Ravenna, Rio de Janeiro, Rio Grande e Santos e, mais recentemente, “a Direção do Setor do Apostolatus Maris do Pontifício Conselho para os Migrantes e Itinerantes”.
Atualmente, há de cerca de 1,5 milhão de marítimos que vivem e trabalham em condições, muitas vezes, difíceis. Por razões de segurança, de fato, em muitos portos a liberdade de movimento deles é limitada, ao passo que, enquanto navegam, correm vários riscos: perigos naturais, sequestros pelos piratas e pouca proteção jurídica em caso de acidentes ou desastres ecológicos.
Nos últimos anos, a globalização revolucionou a indústria marítima, a tecnologia desenvolveu navios cada vez maiores e mais velozes, a mecanização dos portos aumentou a velocidade de carga e descarga de mercadorias e a tripulação se tornou internacional. Os portos chegam a ser uma encruzilhada de humanidade constituída por marinheiros em busca de respostas às necessidades espirituais e materiais a curto prazo, impostas pelo ritmo de trabalho cada vez mais desgastante. Os navios (especialmente os cruzeiros), com suas equipes internacionais, tornaram-se um microcosmo de humanidade onde se invoca Deus numa Babel de línguas. As famílias, nos países de origem, precisam ser apoiadas e incentivadas durante os longos meses de ausência do marinheiro.
Os centros “Stella Maris”, espalhados pelo mundo todo, são um porto seguro, onde obter ajuda e refúgio, especialmente quando os direitos humanos e trabalhistas fundamentais são violados.
Este ano especial, em que somos convidados pela Igreja e pela sociedade civil a dar atenção aos marinheiros e pescadores, poderia se tornar uma oportunidade para iniciar um projeto em prol da gente do mar.
Neste sentido, a Direção Geral, por meio do Secretariado Geral de Setores Específicos e Leigos, convocou os Scalabrinianos que trabalham no apostolado do mar, “para que este setor seja constituído como um grupo específico para reforçar o trabalho em rede” (XIII CG, nº 74 $ 6 a). Portanto, quero convidar cada Província a alargar os horizontes do empenho pastoral até incluir também “o mar”, para redescobrir esta dimensão do nosso carisma, para abrir fronteiras novas à nossa missionariedade, também na dimensão ecumênica e inter-religiosa, para oferecer diferentes espaços de trabalho aos missionários e jovens religiosos em formação e, finalmente, para dar largas às tantas capacidades e qualidades dos cada vez mais numerosos Leigos Scalabrinianos que pedem para se tornarem parceiros em nossa missão.
Peçamos a Maria, Estrela do Mar, para que ilumine e guie nossa caminhada de fidelidade ao nosso carisma a serviço dos migrantes, refugiados e marítimos e suas famílias.
Pe. Sérgio Geremia e Conselho Geral.

24/09/2010

Mensagem de Pe. Alfredo Gonçalves, Superior Provincial dos Padres Scalabrinianos no Brasil, aos participantes do I Congresso Mundial dos Missionários Scalabrinianos no Apostolado do Mar.

Estimados Pe. Samuel e Pe. Rovílio,
Estimados participantes do Encontro sobre o Apostolado do Mar,
Duas comemorações importantes formam o contexto histórico dessa reunião: por um lado, a proclamação pelo Organismo Marítimo Internacional (OMI) de 2010 como o "Ano do Marítimo"; por outro, a celebração do 90º aniversário do Apostolado do Mar, fundado na cidade de Glasgow, em 4 de outubro de 1920.
Com base nessas duas referências, a Província São Paulo tem a alegria de recebê-los para esse evento, na Casa Stella Maris de Santos-SP, e faz votos de que os trabalhos sejam iluminados pelo Espírito Santo.
Da mesma forma que o deserto e a montanha, o mar e as águas são lugares teológicos por excelência. Foi a partir desse ambiente que Jesus de Nazaré reuniu seus primeiros discípulos missionários e iniciou a proclamação da Boa Nova do Evangelho. Pescadores e Marítimos, trabalhando com os pés longe do solo firme e sobre "casas" em permanente mobilidade, lembram a condição de todo ser humano: peregrino nesta pátria terrestre a caminho da pátria celeste e definitiva.
Na amplidão e na solidão dos oceanos, os trabalhadores das águas tendem a experimentar com mais vivacidade a vastidão, a largueza e a profundidade do mistério humano-divino. Um ouvido à escuta e um olhar atento ao movimento e à melodia das águas não deixa de exprimir uma prece ao Criador do Universo.
Que essa sabedoria que vem do mar e das águas, com sua espiritualidade aberta ao transcendente, acompanhe e ilumine os projetos e os caminhos do Apostolado do Mar, na defesa da causa dos marítimos e pescadores. Nesta perspectiva, desejamos a todos um bom encontro.
Desde já agradecemos à Diocese de Santos, na pessoa de Dom Jacyr F. Braido, aos padres Samuel Fonseca e Rovílio Guizzardi, à Igreja Luterana e aos funcionários e voluntários da casa, como anfitriões de todos aqueles que se dedicam ao Apostolado do Mar. Agradecemos também aos visitantes que chegam de longe e de perto, com destaque para o Pe. Bruno Ciceri, representante junto à Santa Sé, e para o Pe. Rui Pedro, representando a Direção Geral da Congregação dos Missionários de São Carlos (Scalabrinianos).
Que a Palavra de Deus, repercutindo nas fontes da água viva, seja a base e o alicerce de todo esse apostolado.
Um abraço fraterno a todos e sucesso nos trabalhos!
São Paulo 06 de outubro de 2010
Pe. Alfredo J. Gonçalves, CS (Superior Provincial)



Pe. Alfredo Gonçalves fala sobre o Carisma da Congregação e o Apostolado do Mar.

21/07/2010

Pe. Rui Pedro, Conselheiro Geral, fala sobre o
I Congresso Mundial dos Missionários Scalabrinianos no Apostolado do Mar

04/07/2010

Vem aí o I Encontro "Os Scalabrinianos e o Mar!"


O Centro Stella Maris de Santos, no Litoral do Estado de São Paulo (Brasil), já se prepara para receber, de 6 a 10 de outubro de 2010, o I Encontro de Missionários Scalabrinianos envolvidos no Apostolado do Mar. O Encontro terá como tema "Os Scalabrinianos e o mar: voltando às origens do carisma", e deve reunir missionários de Brasil, Argentina, Peru, Uruguai, Itália, África do Sul e Taiwan.
Este blog quer ser um espaço de informação e de troca de experiências para ajudar a preparar o Encontro. Aqui você vai encontrar informações gerais sobre os preparativos, documentos sobre o Apostolado do Mar, textos sobre a Missão e Carisma dos Missionários Scalabrianos e um pouco da história dos diversos Centros Stella Maris espalhados pelo mundo administrados pelos Missionários Scalabrinianos.Use este espaço para tirar suas dúvidas, enviar sugestões e entrar em contato com a coordenação ou com os participantes do Encontro.Esperamos vocês em outubro aqui nesta bela cidade do litoral do Estado de São Paulo, onde temos o maior Porto do Brasil e da América Latina.Que Nossa Senhora Estrela do Mar nos acompanhe nesta jornada. Até lá!
Pe. Samuel Fonseca Torres, coordenador do Centro Stella Maris de Santos e do Apostolado do Mar nível Latino América e Caribe.